Ponto de encontro da turma da noite de antropologia, do ISCTE, 2001-2005
Sexta-feira, 13 de Janeiro de 2006
Histórias da festa da Taça
Dedicado ao camarada Tiago, em agradecimento pelo almoço de hoje
Na passada quarta-feira o Benfica jogou na vila de Tábua, contra o Tourizense, que não tinha condições para receber muito público no próprio campo e queria fazer uma boa receita, para auxiliar um ex-jogador em dificuldades. Como não houve tomba-gigantes, esta poderia ser a única nota de registo do encontro.
Mas no fim do relato na TSF o João Ricardo Pateiro decidiu contar-nos uma história, das que para mim fazem mesmo a festa da Taça. Naquele dia a terra estava em polvorosa, com a recepção ao campeão nacional. No restaurante a que já chegaram tarde, os repórteres da TSF demoraram-se mais um pouco e tardavam em conseguir a conta. Explicada a situação ao dono da casa, logo este abreviou, dizendo que voltassem no fim do jogo para o acerto. Os repórteres não puderam deixar de nos contar esta pequena mas deliciosa história, talvez estranha a uma perspectiva urbana, mas que sublinharam como característica de um país que ainda existe, onde todos se conhecem e a porta está sempre aberta.
Pela referência que fizeram do restaurante, provavelmente o senhor das barbas já nem lhes quis aceitar o dinheiro, quando lá voltaram, como prometido.
Se fosse o Perestrelo, talvez o almoço lhe fosse oferecido de pronto, pois que a sua figura e o seu vozeirão eram conhecidos e estimados para lá da invisibilidade da rádio. E com a sua barriguinha bem cheia talvez no fim do jogo ele nos contasse a história do restaurante, rematando com o é disto que o meu povo gosta!
Mas hoje o Perestrelo deve fazer relatos lá nesse sítio para onde ainda agora o Cáceres Monteiro também partiu, para mais uma grande reportagem, decerto (cf. texto de Filipe Luís na Visão). E a nós resta-nos agradecer aos seus camaradas que cá ficam por continuarem a encantar-nos com as histórias que também contam de uma forma tão bela. (Zé Paulo)