(Zé Paulo)
Vieira da Silva
“Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo”
Sophia de Mello Breyner Andresen (Zé Paulo)
“Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade
Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade”
Zeca Afonso – “Grândola, vila morena” (Zé Paulo)
“Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci
Perguntei por mim
Quis saber de nós
Mas o mar
Não me traz
Tua voz
Em silêncio, amor
Em tristeza e fim
Eu te sinto, em flor
Eu te sofro, em mim
Eu te lembro, assim
Partir é morrer
Como amar
É ganhar
E perder
Tu vieste em flor
Eu te desfolhei
Tu te deste em amor
Eu nada te dei
Em teu corpo, amor
Eu adormeci
Morri nele
E ao morrer
Renasci
E depois do amor
E depois de nós
O dizer adeus
O ficarmos sós
Teu lugar a mais
Tua ausência em mim
Tua paz
Que perdi
Minha dor que aprendi
De novo vieste em flor
Te desfolhei...
E depois do amor
E depois de nós
O adeus
O ficarmos sós”
E Penafiel até era um sítio perfeito para soltar as lágrimas. Penafiel e um palco com nome de revolução, a eternizar a data do renascimento de Portugal, a restituição da liberdade a um país oprimido. Foi no 25 de Abril que terminou o obscurantismo, foi após o 25 de Abril que o F.C. Porto começou a construir a sua hegemonia, foi no 25 de Abril que assegurou o 21º campeonato. Não podia ser mais simbólico.
Palavras para quê? O melhor clube português de todos os tempos. Só um cego é que não vê.
2xs campeão do mundo, 2xs campeão da Europa, 1 taça UEFA, 1 super taça europeia, muitos campeonatos de Portugal, muitas taças de Portugal, muitas taças Cândido de Oliveira «supertaças». É a vida.
Só há um campeonato que os adversários podem ganhar o da “má língua”. Força aí, da cegueira à amnésia muitas palavras podem usar, para me fazerem gargalhar. Quem não pode, não quer ou não é capaz, é por esse caminho que vai.
Saudações de dragão. Das Neves.
No Dia Internacional dos Monumentos e Sítios
Em entrevista recente, o Presidente do IPPAR falava da necessidade de generalizar e aprofundar entre os portugueses o sentimento de pertença do património cultural. Reconhecendo que muito já tem sido feito nos últimos anos, mas que há ainda um longo caminho a percorrer, referia o bom exemplo da educação ambiental, que tem conhecido algum sucesso, mormente entre os grupos mais jovens. Foi decerto nesse sentido que se elegeu o lema de comemoração da data que hoje se assinala.
Pois bem, se estamos já mais ou menos habituados a apadrinhar um qualquer bicho, do leão à águia (conforme as preferências clubísticas), passando pelos lobos, golfinhos ou outros, em iniciativas originais e interessantes, porque não adoptar também, como um original afilhado, um qualquer monumento nacional, a que por alguma razão dediquemos um especial carinho e atenção?
E já agora, não cansado de desafiar a participação de todos aqui, aproveito para sugerir que escrevam qualquer coisa sobre os monumentos que visitam ou que elegem entre as vossas “preferências”, como se de vossos afilhados se tratassem. (Zé Paulo)
citado em “O Esplendor na Relva", de Elia Kazan (1961) (Zé Paulo)
O champanhe já está no frigorífero, fresquinho, com as rolhas a pedirem para saltar. Só mais um jogo ou dois , e pimba, festa. Talvez? 14 de Maio, pimba, outra festa, a dobradinha. Taça de Portugal cá para estes ladecos. Muita inveja e mesquinhez provocam estas vitórias aos benfiquistas, aguentem-se. Deviam falar menos e ganhar mais, enfim, gloriosos coitadinhos.
E ainda. Ando a reflectir sobre estas relações: F. C. do Porto/democracia e Benfica/fascismo, passando pelas seguintes frases: «Lisboa é Portugal e o resto é paisagem», ou, «quem não é do Benfica não é bom chefe de família». Etnocentrismo e egocentrismo em todo o seu esplendor. Os meninos não são nada racistas, não senhor. Racistas são sempre os outros.
Um abraço. Das Neves
Os nossos mais remotos antepassados celebravam a chegada da Primavera, a estação da fertilidade.
Os judeus celebram o êxodo do Egipto, a libertação do seu povo.
Os cristãos celebram a ressurreição do seu messias, o renascimento da fé.
Herdeiros de tudo isto, como não festejarmos também nós? Ainda que hoje talvez já não identificados com essa herança, comemoremos nem que seja o simbolismo do nascimento, da liberdade e da esperança de todos os recomeços.
Uma Boa Páscoa para todos! (Zé Paulo)