Ponto de encontro da turma da noite de antropologia, do ISCTE, 2001-2005
Quarta-feira, 26 de Outubro de 2005
Antropologia Visual ao rubro
Durante a semana passada passou pela culturgest o festival DocLisboa2005.
Documentários de todo o mundo, por todo o mundo, para famílias e antropólogos.
O vencedor do concurso internacional (contra a minha preferência) foi:
Before the Flood
de Yan Yu e Li Yifan
143 China 2005
"A barragem das Três Gargantas na China, a maior jamais construída no mundo, deverá estar terminada em 2009. Até lá, milhões de pessoas terão que ser realojadas pois centenas de localidades e grandes áreas de terreno ficarão submersas tal como inúmeros monumentos naturais e locais historicamente importantes. Entre estes encontra-se Fengjie, cidade que ganhou fama por aí ter nascido Li Bai, um dos mais importantes poetas da história da China. Yan Mo documenta o processo de realojamento dos habitantes Fengjie em 2002, antes da primeira fase de enchimento da barragem ter lugar uma mudança que afectou profundamente as vidas de muitas pessoas, causando-lhes perturbação e perdas." (JC)
Sexta-feira, 21 de Outubro de 2005
Exercício: Histórias de família ou "onde está o Wally"
Pois bem, o tempo passa e urge exercitarmos os nossos conhecimentos, para nos mantermos em boa forma intelectual. Por isso hoje proponho um pequeno exercício/jogo em torno das histórias de família, que nos habituámos a fazer ao longo do curso.
Infelizmente não posso transpor para aqui o diagrama da família que vos quero apresentar, mas fica o desafio para que vocês mesmos o esbocem, com os dados que vos deixarei. São dados recolhidos por aí, na net, pelo que não me responsabilizo pela sua fiabilidade. No entanto, aqui vo-los deixo, para quem quiser entreter-se com este pequeno passatempo. Ah, e entretanto, se encontrarem pelo meio alguém nosso conhecido, talvez não seja mera coincidência...
MANUEL JOAQUIM PINHEIRO CHAGAS foi um vulto da segunda metade do Século XIX em Portugal. Viveu entre 1842 e 1895 e na Enciclopédia Universal encontrei este breve sumário bio-bibliográfico:
Político, militar e escritor, efectuou os seus estudos na Escola do Exército e na Escola Politécnica. No seu percurso militar, alcançou o posto de capitão; foi ainda deputado, ministro da marinha e do ultramar e presidente da Junta do Crédito Público.
Professor do Curso Superior de Letras, gozou de grande prestígio como escritor, conjugando a sua actividade literária com os seus ideais políticos. Poeta, dramaturgo, ensaísta e romancista, esteve envolvido na eclosão da Questão Coimbrã, influenciado por António Feliciano de Castilho, que prefaciou a sua única obra de poesia, Poema da Mocidade (1865). De dotes oratórios superiores aos da escrita, a sua obra foi um exercício de transigência ao gosto da época, afirmando-se como um dos sustentáculos intelectuais da posição governamental.
As suas obras oscilavam entre um estilo rigoroso e uma atmosfera de afectação. Entre os seus volumes de ficção contam-se Tristezas à Beira-Mar (1866), O Terramoto de Lisboa (1874), A Mantilha de Beatriz (1878) e A Jóia do Vice-Rei (1890). Do seu trabalho ensaístico destacam-se Ensaios Críticos (1866) e Novos Ensaios Críticos (1867), sendo de salientar também, a nível historiográfico, a História de Portugal (8 volumes, 1869-1874). Como dramaturgo escreveu A Morgadinha de Valflor (1869).
PINHEIRO CHAGAS casou com MARIA DA PIEDADE MATERNIDADE DA SILVA, com quem teve seis filhos: Raul Pinheiro Chagas (n.1864), ALICE PINHEIRO CHAGAS (n.1866), Mário da Silva Pinheiro Chagas (n.1870), Álvaro Pinheiro Chagas (n.1872), Frederico da Silva Pinheiro Chagas (n.1882) e Valentina Pinheiro Chagas (n.1883).
Em 1891 ALICE casou com JORGE VERDE (1861-1941), filho de JOSÉ ANASTÁCIO VERDE e de MARIA DA PIEDADE DAVID DOS SANTOS. Em 1892 nasce o filho de ambos, EDMUNDO PINHEIRO CHAGAS VERDE (m.1965), que em 1929 desposa MARIA JOSÉ ROLIN GIRALDES BARBA (1908-1976) (dispensa-se a apresentação da sua família para não estender muito isto e porque talvez não seja essencial ao nosso argumento sim, porque há aqui um argumento escondido, já devem ter reparado...).
EDMUNDO E MARIA JOSÉ terão quatro filhos: JORGE GIRALDES BARBA PINHEIRO CHAGAS VERDE (n.1930), Maria Leonor Giraldes Barba Pinheiro Chagas Verde (n.1932), Maria Inês Chagas Verde (n.1944) e Maria Teresa Pinheiro Chagas Verde (n.1945).
O mais velho destes quatro irmãos, JORGE, casar-se-á por duas vezes. Do seu primeiro casamento, com Maria Júlia Ferreira da Silva, teve dois filhos, Teresa Pinheiro Chagas Verde (n.1955) e Luís Manuel Pinheiro Chagas Verde (n.1957). Do segundo casamento, com MARIA FELICIDADE BENEDITO, nascerá JOSÉ FILIPE (n.1961).
Esta história de família poderia ser mais aprofundada. Parece-me uma história interessante, como, de um modo ou de outro, o poderão ser todas. Deixo-vos para já apenas este esboço, estudá-lo já será talvez um passatempo curioso. E deixo-vos o desafio que no fundo norteou esta minha ideia e que decerto já todos vislumbraram se há por aqui um Wally, quem é e onde está o Wally??? (Zé Paulo)
Quarta-feira, 19 de Outubro de 2005
O Desejado Reencontro
Caríssimos antropólogos.
Sei que andam desejosos de reencontros imediatos do 1º grau. Pois bem, vão tê-lo.
Tenho andado nas ultimas semanas em negociação com uma organização, a Tagus - Associação para o desenvolvimento integrado do Ribatejo interior, que é uma entidade de direito privado sem fins lucrativos que tem por objectivo a promoção, apoio e a realização de um aproveitamento mais racional das potencialidades endógenas dos concelhos de Abrantes, Constância e Sardoal... que faz o favor publicitar as suas iniciativas junto do Ministério das Finanças e da Administração Publica.
Assim, e para o efeito, ainda este mês reuniremos, a AE2 no ISCTE. Deixo para já um cheirinho do que estou a planear, aproveitando uma ideia antiga do Zé Paulo, passar 3 dias (2 noites) num hotel rural em Abrantes, à maneira.
Tem incluído o pequeno almoço e o jantar para os 3 dias, um pacote de actividades, para os 3 dias, com modalidades desportivas de dificuldade reduzida, nomeadamente BTT, tiro, canoagem, jogos de equipa, percursos pedestres etc. Tudo isto e estou a falar de qualidade, importa no valor de mais o menos 180 euros.
Programa mais detalhado e com as actividades que desejamos seleccionar devo receber em breve. Penso que, ainda antes do final de Outubro estarei a convocar a turma AE2 para uma reunião no ISCTE para acertar pormenores.
Entretanto e para que todos comecem a reservar o dinheiro do subsidio de Natal e os respectivos dias já contactei metade da turma que esta entusiasmada. O fim-de-semana será a 2, 3 e 4 de Dezembro. Aguardem o meu telefonema. Jorge Ferraz, Chefe Pele de Leopardo ou como diz o Zé O Tirano.
Segunda-feira, 17 de Outubro de 2005
Sugestões/desafios
Com proveniência devidamente identificada, foi recebida no meu mail uma mensagem com o teor que a seguir apresento. Afinal nem todos se "eclipsaram", continuando alguns a aparecer, com o seu tradicional humor e boas ideias.
Anoto apenas que o nosso blog passa por "jornal", o que não é mau - pior seria se fosse "pasquim"...
Passo a citar: "Não me esqueci da promessa de intervir no jornal (nota do editor - ?!) de monitor da turma (nota do editor - ?!?!). Acontece que, como imaginarás, isto está danado pró trabalho.
No entanto, fica uma sugestão que, se entenderes por bem, podes publicitar:
- Porque não definir um dia do ano (ou do trimestre, mês, etc...) para irmos beber um café ao bar do António? Por exemplo: Todas as primeiras (ou últimas sextas feiras) dos meses pares (ou impares). Quem pudesse e quisesse ia até lá!
Era uma forma de (alguns) nos encontrarmos, actualizando fofocas.
A partir desta ideia, talvez se conseguisse até uma melhor; o que achas?
Um abraço."
(Zé Paulo)
Domingo, 16 de Outubro de 2005
VIVA O ARCO-ÍRIS
Depois de, um dia destes, ter emitido a minha opinião politica, sublime e alaranjada, todavia, indigesta para alguns é altura de chamar à liça o arco-íris e mudar para a cor da moda. Se a memória me não atraiçoa terá sido no século XVII que Isaac Newton descobriu que a luz branca do sol é composta de luzes de todas as cores visíveis. O que o prisma faz, ou outro dispositivo da chamada rede de difracção, é simplesmente, separar essas componentes da luz branca. Hoje sabemos que essas componentes têm comprimentos de onda que vão desde 4000 angstroms violeta até 7500 angstroms do vermelho.
Pois é hoje o arco-íris foi portador de demasiados angstroms. Porto 0 Benfica 2
Espero que esta admiração pelo vermelho não seja pretexto para cruzadas Estalinistas.
Repito Porto 0 Benfica 2 e viva o BENFICA.
Sexta-feira, 14 de Outubro de 2005
Irredutíveis para sempre (como nós)
Ao que chega a crise... nem o irredutível gaulês escapa ao que de pior pensava que lhe poderia acontecer... (à venda desde hoje) (Zé Paulo)
Terça-feira, 11 de Outubro de 2005
Visitas de estudo (?!)
O MUNDO À MÃO DE UM CLIQUE
Até ao próximo dia 23 estará patente no CCB a famosa World Press Photo. Brilhante exposição de fotojornalismo, documento premente do mundo actual, fotografia ao seu melhor nível, são muitos os motivos que justificam a visita.
O antropólogo pode talvez aproveitar para se questionar como conseguem tão facilmente estes homens aquilo que ele desde sempre ambiciona sem alcançar... ter o mundo na mão por um simples clique...
SANTARÉM PATRIMÓNIO E GASTRONOMIA
Santarém capital do gótico? Santarém património da humanidade? Questões interessantes à reflexão do antropólogo, sobre os patrimónios e identidades, elas desafiam a nossa visita à cidade. E o convite torna-se ainda mais apetitoso se atendermos a que por estes dias aí decorre também o Festival Nacional de Gastronomia (até 06/11).
Há já algum tempo que estou desligado de Santarém, em termos profissionais, felizmente. Contudo, a cidade não deixa nunca de me fascinar. E por isso sou sempre aliciado pela ideia de um regresso, seja para rever o seu património, para ir à Gastronomia, ou aproveitando esses pretextos para juntar um grupo de amigos e fazermos um convívio à maneira... alguém quer vir? (Zé Paulo)
Segunda-feira, 10 de Outubro de 2005
E a Democracia Funcionou
Brevemente voltarei a este assunto. De momento a minha congratulação pelos resultados eleitorais. Ganhou o povo.
Foi o fim da arrogância, o fim dos patriarcas, dos crispados donos da democracia. Foi definitivamente o fim dos parasitas, dos sociais fascistas encapotados. Nem tudo foi brilhante, em Felgueiras, Oeiras e Gondomar o crime ainda compensa.
É evidente que a factura vamos agora pagá-la. O orçamento de 2006 vai mostrar que o cinto ainda pode ser mais apertado mas enfim, pelo menos durante esta noite que se respire um pouco de liberdade. Nesta época de eclipses, este, como o outro, não foi total. Talvez tenha servido de aviso e o eclipse total apareça um dia destes, talvez lá para Janeiro.
Beijinho e abraços
jferraz
Sexta-feira, 7 de Outubro de 2005
Outros eclipses
Para a apresentação deste blog escolheu-se um pôr do sol, porque pareceu talvez representar bem a hora do ocaso do nosso curso, mas também porque se entendia que quando o sol se põe num lugar do mundo é um novo dia num qualquer outro. Ou seja, preconizava-se a ideia de um recomeço permanente, nomeadamente o do convívio da malta da turma, agora já não nos corredores do ISCTE, mas nas voláteis ondas da net.
A verdade é que anda muita gente eclipsada por estas bandas, dos aderentes da primeira hora àqueles que nunca apareceram sequer
Um dia destes um colega queixava-se que eu agora só apareço virtualmente. Longe de mim a ideia de ficar submerso nas navegações da net. Apenas a acho um meio acessível e interessante para manter o contacto. Mas para isso é naturalmente necessário que haja contacto
Assim, anda mesmo alguém por aí, ainda, algum marciano que resista, ou por aqui o eclipse foi total?! (Zé Paulo)
P.S. Tenho notícias que algumas falhas técnicas podem por vezes impedir ou dificultar o aparecimento da malta (ainda ontem uma candidata autárquica que queria fazer campanha não conseguiu publicar a sua propaganda...). Que esses obstáculos não sejam motivo de desistência continuem a insistir e vão aprecendo, sempre que possam e queiram...
Quinta-feira, 6 de Outubro de 2005
O dia em que o sol se escondeu
Um eclipse solar é ainda hoje um fenómeno que entusiasma multidões. Novos e velhos, cientistas ou meros curiosos, são muitos os que em ocasiões como a de há dias fixam os olhos no céu para desfrutar desse acontecimento de excepção.
A ciência já conhece e prevê o fenómeno, os homens já não o interpretam como algo de sobrenatural, e no entanto uma aura de magia não deixa de o rodear. Observador entre os observadores, o antropólogo encanta-se com o eclipse, ao imaginar quantos outros homens, noutros tempos ou lugares, experimentaram sentimentos, crenças ou ideias tão diversas, ao verem este mesmo belíssimo fenómeno.
A ocorrência de um eclipse pode ser uma oportunidade para se reflectir a diversidade da imaginação humana, pode permitir que se discorra sobre as mais variadas crenças, racionais ou não, ou o que sejam. Ou pode ser apenas uma oportunidade do homem compreender a sua condição, de um ser limitado e pequeno perante a grandeza e o excesso do universo, mas um ser privilegiado por poder olhá-lo e conferir-lhe um sentido...
"À escala do cosmos, a espécie humana, surgida por um acaso infinitesimal, durará um breve momento. E dentro dele, cada um de nós não chega quase a existir. E no entanto, é por esse instante de impensável brevidade de duração, que é nosso dever mobilizar todo o esforço de uma intensa atenção para que o melhor do universo se não destrua. Porque nesse mínimo está o máximo concebível da grandeza e do milagre. A vida. Tão pouco e tão tanto. (...) Mas que se não esqueça, que para cada um de nós o universo não existiria, se cada um de nós não existisse. Assim, a existência desse incomensurável universo depende da existência de quem, como disse, mal chega a existir (Vergílio Ferreira, Espaço do Invisível 5) (Zé Paulo)