Ponto de encontro da turma da noite de antropologia, do ISCTE, 2001-2005
Terça-feira, 7 de Fevereiro de 2006
2 - A Nossa Civilização Judaica/cristã (Ocidental) - Cap. II de X Cap.
É do senso comum que a cultura ocidental, é produto milenar das civilizações grega e judaico-cristã. Não é possível analisar, discutir a cultura ocidental, a civilização judaico-cristã sem falar dos povos da bacia o Mediterrânica, fonte da chamada civilização judaico-cristã. Com estes povos nasceram as três religiões monoteístas que dominaram no ocidente, antes e durante o século XX e se mantêm no início do século XXI: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. (leia-se fundamentalismo)
Alerto desde já que não pretendo de momento deixar em aberto a porta a uma discussão sobre o alcance destes conceitos: cultura e civilização. A utilização dos termos cultura (s) e civilização (s) tem demasiadas interpretações legitimas desde as etimológicas às conceptuais e, de momento, este não é o tempo para essa contenda.
Pertence ao senso comum (de novo o senso comum, que me desculpem os mais fundamentalistas) e, na tradição da cultura ocidental, judaico-cristã, é comum a afirmação de que nós, os ocidentais, nomeadamente os povos peninsulares, vivemos uma cultura cristã, ou, mais precisamente, uma cultura judaico-cristã.
Efectivamente, o cristianismo sempre foi sentido e tido como uma continuação do judaísmo. Esse não é o ponto de vista de todos os que praticam a religião judaica, (os mais ortodoxos) mas é o ponto de vista de todos os que praticam a religião cristã, qualquer que seja a denominação que tenha tomado, após a fragmentação ocorrida no século XVI. A Europa era abalada por uma série de movimentos pretensamente religiosos que contestavam abertamente os dogmas da igreja católica ou, dito de outra forma, mais actual, como a politica e a luta de classes emergiu mitigada de uma forma religiosa. Desde o protestantismo, à ortodoxia grego, todas religiões com base na bíblia (o Velho Testamento) estão inseridas no mesmo processo cultural e civilizacional. (Ocidental)
Por isso podemos afirmar que a civilização ocidental nomeadamente para os povos peninsulares não é apenas a cultura judaico-cristã, que prevalece mas sim uma civilização fundamentalmente greco-judaico-cristã, à qual os latinos incrementaram a organização política e o direito romano. Não esqueçamos a influência islâmica que foi marcante na península Ibérica. A enorme miscelânea árabe-andaluza que povoou a Península Ibérica, salvo erro no século VI, sem a qual não teríamos, com toda a certeza, a cultura brasileira dos sertões. Exemplo disso que permanece ate hoje quase todas as palavras iniciadas por al são de inegável proveniência árabe. A cultura árabe constitui também, em suma, um dos substratos importantes da Cultura e Língua portuguesa, desde 571, data do início da conquista árabe da Península Ibérica. Invariavelmente a tendência para a miscelanea que nós assumimos como paradigma. JF
Próximo capitulo
3 - A civilização islâmica (oriente médio)
De Alan Kevedo a 30 de Setembro de 2012 às 18:57
Impressiona-me, negativamente, ao deparar-me com televisivos preletores religiosos; sem o minimo respeito ao vernaculo ( nao fazemos questao de acentos graficos) ignorando a colocacao pronominal, a concordancia e regencia necessarias, por amor aa clareza, e por motivos tais, exigencias na variante padrao do nosso idioma, emitindo, pasmem! exegeses puramente pessoais e de quebra reafirmando que somos uma exemplar civilizacao greco-judaico-romana. Ai, ja eh demais.
E as ENXERTIAS biblicas! E as imposicoes politicas dos imperadores romanos Flavius Valerius Constantinus e Justiniano? Ou voces creem que Jesus fundaria uma religiao, ou convidaria um ladrao ou um senador corrupto, para o Paraiso?
Nao eh aa toa, que Millor Fernandes, Stanislwa Ponte Preta e Chico Anysio nao aguentaram viver mais no Brasil.
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