A todos os cúmplices da fantástica jornada antropológica, com um renovado agradecimento pelo companheirismo e um abraço grande e amigo. (Zé Paulo)
“Não compreende o que quero dizer? Confesso-lhe que me sinto cansado. Perco o fio do discurso, já não possuo aquela clareza de espírito à qual os meus amigos se compraziam em prestar homenagem. Digo amigos, aliás, por princípio. Já não tenho amigos, não tenho senão cúmplices. Em contrapartida, o seu número aumentou, são o género humano. E, no género humano, é o senhor o primeiro. O que está presente é sempre o primeiro.” – Albert Camus, “A Queda”
Em particular para o grande amigo Zé Carlos, com os Parabéns pela conclusão do curso, mas também para todos quantos imaginam poder mudar o mundo, nomeadamente através das ciências sociais
“Sábio é o que se contenta com o espectáculo do mundo”
Ricardo Reis, “Odes”
São palavras provocadoras estas, que podem suscitar infindas discussões e desafiar-nos, como aconteceu ao Saramago, que a propósito delas terá escrito o seu “Ano da Morte de Ricardo Reis”. No fundo, talvez não passem de uma outra forma de enunciar aquela velha disputa entre reflectir e agir, que tem uma já longa tradição na nossa história.
Pode a nossa vontade mover mundos, ou nem uma partícula de pó mudará com a nossa passagem pela terra? Chamaremos sábio àquele que se contenta com a contemplação do “espectáculo do mundo”, ou antes àquele que se dedica a tentar transformá-lo?
Conhecendo como julgo conhecer o(s) destinatário(s) deste texto, julgo saber bem qual o sentido de escolha nesta dicotomia. Enfim, talvez nem sequer se trate de uma verdadeira dicotomia, mas lembrei-me de a trazer aqui como uma pequena provocação.
Que a determinação do teu querer, amigo, nunca separada de uma busca incessante da lucidez, te permita fazeres o mundo pular e avançar, como a célebre “bola colorida / entre as mãos de uma criança”.
Um abraço grande! (Zé Paulo)
Por esta altura é quase inevitável que todos falemos da bola, a propósito do Mundial 2006. Nem que seja para criticarmos a (supostamente?) excessiva dependência do povão pelo jogo, em vez de discutirmos os resultados e exibições.
Mas de onde vem essa importância do jogo, que extravasa em tanto as quatro linhas?
A 2 tem passado um interessante documentário, que fala um pouco disso, também. Recorde-se, a título de exemplo, o Maracanã espantosamente silenciado de 1950, o aproveitamento político da vitória argentina de 78, a revenge democrática de 86, ou a reedição do conflito das Malvinas nesse último campeonato. E, claro, temos sempre também a generalizada onda “futebol-patrioteira”, tão nossa conhecida...
O fenómeno é reconhecido, há tentativas de o explicar, mas vá-se lá perceber realmente o porquê destas estranhas e complexas afinidades e interdependências...
Diga-se o que se disser, uma coisa parece certa. O Mundial de futebol é uma ocasião para o convívio pacífico e salutar das nações, a pretexto de um jogo que atrai multidões. E, ironia do destino, é um momento em que podem harmonizar-se opostos, num inesperado ambiente de fraterna igualdade... não vos parece?!?!?! (vide abaixo classificação final dos grupos) (Zé Paulo)
SELECÇÃO |
JOGOS |
VITÓRIAS |
EMPATES |
DERROTAS |
PONTOS |
GOLOS M |
GOLOS S |
Irão (D) |
3 |
0 |
1 |
2 |
1 |
2 |
6 |
EUA (E) |
3 |
0 |
1 |
2 |
1 |
2 |
6 |
Eis a imagem dos professores que decerto resulta do que se ouviu no Fórum TSF da manhã de hoje.
Parabéns senhora ministra, os seus objectivos estão alcançados! E sendo assim, porque não ir-se embora?! (Zé Paulo)
Se uma passagem por aqui pode sempre ser interessante e aprazível, os artigos “Jornalismo de bitaites” (sobre como a antropologia é vista, a propósito de uma crítica ao livro do professor António Medeiros) e “Universidade e ciência à bolonhesa” (tema evidente e premente) justificam este destaque e a chamada de atenção de todos. Para ler, pensar e discutir. (Zé Paulo)
Na senda da saga justiceira do nosso governo, que pretende acabar com os regimes especiais de privilégios de alguns trabalhadores, venho por este meio protestar contra uma situação que persiste e que passa quase despercebida, perpetuando mais uma grave injustiça social.
Nas notícias da noite de ontem na RTP ficámos a saber que os cães das brigadas de detecção de explosivos da polícia se reformam ao fim de cinco anos de actividade... um regime ainda mais vantajoso do que o dos nossos nobres deputados! Não há direito... (Zé Paulo)
Esta citação dava “pano para mangas”, não? Que sirva ao menos para vos desafiar à leitura e reflexão, por entre as façanhas da nossa selecção... (Zé Paulo)
O título de hoje não pretende trazer aqui qualquer slogan publicitário implícito. Nem quer fazer-se anúncio da Feira do Livro, que todos já sabemos estar a decorrer.
Embora um pouco em cima da hora, aquilo de que vos quero falar é o que se descreve mesmo no título – um livro e um amigo, ou um livro de um amigo.
É que hoje, pelas 17 horas, no ICS (sala 02) o nosso professor e amigo António Medeiros vai lançar o seu livro “Dois lados de um rio. Nacionalismo e etnografias na Galiza e em Portugal”, que julgo resultar da edição da sua tese de doutoramento. A apresentação da obra estará a cargo de outro professor e amigo, Brian O’Neill (orientador da tese), e do professor José Manuel Sobral, do ICS.
Para os interessados nestes temas e reflexões (como eu) é uma excelente oportunidade de a eles voltar. Mas é também para todos uma óptima ocasião de revermos caras amigas e como que regressarmos aos bons velhos tempos das aulas.
Apareçam!
(Um agradecimento especial ao Zé Carlos, o primeiro a dar-me esta notícia. Até logo, amigo!) (Zé Paulo)
Porque afinal por aqui já somos todos crescidinhos, devemos adequar os nossos anseios à nossa situação actual.
Venho por isso rectificar os votos de ontem, deixados em jeito de graça por ser o Dia da Criança.
Assim...
QUANDO FOR GRANDE... QUERO SER UM SUPRANUMERÁRIO!!!
(se o termo melindrar o senhor ministro, posso substituir por “funcionário em situação de mobilidade especial”...) (Zé Paulo)
Quando for grande...
quero continuar a ter o céu como horizonte e fascinar-me com os balões que para ele sobem. (Zé Paulo)